domingo, 27 de dezembro de 2009

Ataque contra brasileiros no Suriname deixa 14 feridos


Quilombolas do País se revoltam com assassinato e agridem 81 garimpeiros


Imagem de site da Guiana Francesa mostra movimentação de 
ambulâncias em Saint-Laurent du Maroni, na Guiana Francesa, para atender
 vítimas de confronto na cidade de Albina, em Suriname

Imagem de site da Guiana Francesa mostra movimentação de ambulâncias em Saint-Laurent du Maroni, na Guiana Francesa, para atender vítimas de confronto na cidade de Albina, em Suriname
Um grupo de 81 brasileiros que trabalhavam em um garimpo na cidade de Albina, no Suriname, foi atacado por moradores locais na noite da última quinta-feira. Segundo a embaixada do Brasil no país, 14 ficaram feridos, sendo sete em estado grave. Um grávida foi levada para um hospital da Guiana Francesa, próximo dali, e perdeu o bebê; os demais foram transportados para a capital Paramaribo.
O ataque foi motivado pelo assassinato, horas antes, de um “marrom” – como são conhecidos os descendentes de quilombolas no Suriname – por um brasileiro que lhe devia dinheiro. Segundo a embaixada, de 200 a 300 surinameses cercaram o acampamento dos brasileiros, saquearam-no e agrediram homens, mulheres e crianças a golpes de facão. Há relatos de estupros.
O governo da Guiana Francesa enviou os bombeiros e a polícia para pacificarem a situação, enquanto o Suriname mandou o Exército e retirou do local os brasileiros, que foram instalados em hotéis da capital. “Esses descendentes de quilombola se acham os donos do lugar, então, ao que parece, tentaram se impor aos brasileiros que estavam por ali. Eles não gostam de quem os desafia. O próprio governo do Suriname tem dificuldade para estabelecer a lei”, disse José Luiz Machado e Costa, embaixador do Brasil no país, que tomou conhecimento do ocorrido na sexta.

Mortes e relato
O ataque de surinameses aos brasileiros em Albina teria deixado mortos, disse à Folha Paulo da Silva, 46, uma das vítimas da violência. “Tem muita gente machucada, muitos morreram. Um amigo meu ligou agora dizendo que morreram quatro pessoas no hospital em Saint-Laurent”.
Silva, que mora no Suriname há 13 anos, foi para o país participar da atividade do garimpo, saído de Belém. Ele contou que a violência começou depois que um brasileiro matou um surinamês que, segundo ele, costumava agredir brasileiros. “O rapaz começou a bater nas pessoas por volta das 17h. À noite, ele bateu em um brasileiro que estava jantando em um restaurante, e ele revidou com uma faca”, disse Silva, dizendo ainda que o surinamês costumava consumir drogas. “Aí eles (surinameses) decidiram revidar, não quiseram nem saber”. Ainda não há confirmação das mortes, mas de acordo com Silva, a invasão de 500 surinameses pegou os cerca de 200 brasileiros de surpresa.

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