quinta-feira, 31 de março de 2011

Açaí Folia: Vai começar a desgraça novamente - Parte 1

Desgraça - Essa é a melhor palavra para definir o Açaí Folia (uma desgraça social).

Se você é dos que acham que essa festa contribui para alguma coisa na sociedade, devo adverti-lo, pois estais completamente errado.

Pois bem, vamos aos fatos, o Açaí Folia é uma festa que em tese seria para festejar o aniversário de Açailândia que tem hoje segundo o senso, 104 mil habitantes, sendo assim como é que a festa é popular se fica somente nas mãos de poucos e só beneficia os dnos de blocos e cervejarias?

Mais não fique achando que isso é tudo, ainda restam os coitados aprisionados pela maldição da miséria que se vêem obrigados a mendigar um espaçozinho comprado caro para tentar vender suas destrutivas mercadorias, cigarros, bebidas e outras coisas que só fazem mal ao corpo e a vida das pessoas.

Pode me chamar de radical, não ligo, mas isso falo com propriedade por que já estive no meio desta desgraça social, já fui organizador e já usufrui das mazelas que essa festa oferece, me libertei e hoje não alimento mais os bolsos dos gananciosos promotores de festa que oferecem fortunas para realizar uma micareta que se fosse traduzida na verdade seria uma avenida para o fundo do posso.

Quantas mortes já foram registradas por motivos de brigas nesta festa? Quantas famílias já foram destruídas com as traições do vale tudo amoroso do corredor da folia? Quantos jovens já perderam sua juventude com acidentes depois de uma noite de embriagues? Quantos documentos e honras já foram perdidos? Quantas enfermidades e dores têm causado esta festa aos pais que tentam criar seus filhos longe desse tipo de atração que o poder público insiste em promover? Quantas famílias deixam de ser beneficiadas com o desvio de verbas para rechear as contas bancárias dos ricos e mesquinhos empresários da noite?

O pior é que enquanto tudo isso está acontecendo, o povo que realmente precisa de lazer e descontração para aliviar a tensão da vida miserável e pobre que levam estão chorando com suas barrigas vazias, e ao invés do poder público promover ações para ajudar essas pessoas, está é alimentando as bocas dos carniceiros de plantão que de tanto ter, já não sabe onde colocar.

Enquanto os trios elétricos alimentam uma multidão faminta por prostituição, adultério, bebedice e outros vícios, o povo que não tem 10 reais para comprar o arroz de amanhã e continua perecendo na margem da subsistência humana, sem qualquer ajuda da administração pública.

São usados apenas como massa de manobra para eleger os chefes de senzala de amanhã.

Uma vergonha estampada na cara de uma sociedade que quer pousar de ordeira, mais não passa de uma arrogante e demagoga em busca de seus próprios interesses.

Paralelo a isso estão as entidades de defesa dos direitos humanos e das crianças e adolescentes que penam para evitar essas tragédias , mas não podem fazer muita coisa por que não tem força suficiente para lutar contra um império administrativo que impões e rege as vidas dos escravos desta senzala chamada Açailândia.

Coitado de nós, sujeitos a esse absurdo sem nada poder fazer além assistir a inoperância da justiça que nada faz para deter esse tsunami de desgraça trazido pelo terremoto das festas particulares com nomes de públicas.

Esse é apenas o primeiro de muitos textos que escreverei sobre essa festa que de popular e lazer não tem nada.

Este foi um olhar geral, nos próximos textos estaremos mostrando cada setor e departamento que irá se beneficiar com dinheiro do povo jogado nas ruas para saciar a avareza dos espertalhões de plantão.

Vejam essa matéria sobre o Açai Folia do ano pssado, calote um dos sinonimos da festa - VEJA AQUI!

Gilberto Freire

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