quinta-feira, 24 de abril de 2014

ELEIÇÕES 2014: Haverá algo de podre no reino do Maranhão?


Lobão Filho: depois de ganhar de presente de papai uma cadeira de senador, agora disputará uma eleição de verdade: é o novo candidato dos Sarney ao governo do Maranhão (Foto: Lia de Paula / Agência Senado)
Lobão Filho: depois de ganhar de presente de papai uma cadeira de senador, agora disputará uma eleição de verdade: é o novo candidato dos Sarney ao governo do Maranhão (Foto: Lia de Paula / Agência Senado)
Vejam quanta coisa esquisita anda acontecendo no Maranhão em relação às eleições de outubro.
Em primeiro lugar, o candidato dos Sarney à sucessão da governadora Roseana Sarney (PMDB), o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Luiz Fernando Silva, escolhido há meses pelo próprio senador José Sarney (PMDB-AP) e apoiado pela presidente Dilma e por Lula, decide desistir de concorrer.
Seu substituto, escolhido pelo clã, será o senador Lobão Filho (PMDB-MA), que na verdade é apenas o suplente em exercício do próprio pai, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.
Lobão Filho jamais teve um único voto na vida — os primeiros, disputará agora.

Ganhou de papai, de graça, uma cadeira no Senado da República, que já exerceu por mais de dois anos na legislatura passada, quando Edison Lobão foi ministro de Lula, e por outro ano e quatro meses na atual legislatura, período em que o genitor voltou ao cargo no governo Dilma.
Tudo graças à legislação imoral que permite aos candidatos ao Senado indicarem, como suplentes, a mulher, o marido, o pai, o irmão, o tio ou outros parentes, sem contar as indicações de financiadores de campanha, ricaços que na prática compram pedaços de mandato.
Um candidato escolhido há meses, que já estava em virtual campanha por todo o Estado, substituído por um noviço nas urnas? Hmmmm….
Mas tem mais: candidata tida como certa ao Senado, a governadora Roseana Sarney, na reta final, desistiu da corrida, anunciando que permanecerá no Palácio dos Leões até o final de seu mandato, a 1º de janeiro de 2015. Era tida como eleita, e importante para compor a base do governo Dilma no Senado, caso a presidente se reeleja em outubro.
Isso tudo num cenário em que o candidato que até agora lidera disparado as pesquisas de intenção de voto, Flávio Dino, ex-deputado do PCdoB — que, curiosamente, NÃO é apoiado pelos tradicionais aliados do PT — deixa claro que não estará com Dilma na campanha e já fechou acordo para ter, em seu palanque, os dois principais adversários da presidente: Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB.
Haverá algo de podre no meio século de domínio quase ininterrupto do clã Sarney no Estado que está sempre disputando o campeonato dos piores indicadores de desenvolvimento humano do país?
Algo assim como uma derrota eleitoral à vista?

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