quarta-feira, 7 de junho de 2017

Desembargador do RS dá tiro no pé e transforma Danilo Gentili em mártir da luta pela liberdade de expressão

Túlio Martins é um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RJ) que decidiu tomar uma decisão afrontando a civilização: deu uma sentença requisitando que Danilo Gentili retire do ar seu divertidíssimo vídeo em que zoou Maria do Rosário.

Tulio alegou que o vídeo trazia “grave dano à imagem” e tinha “natureza misógina”. Como sempre, a terminologia do politicamente correto apela à vagueza.
No fim de semana, o vídeo já havia alcançado mais de 15 milhões de visualizações e mostrava o comediante rasgando uma notificação judicial enviada pela deputada comunista. Após rasgar o documento, ele colocou os pedaços dentro da cueca e perguntou: “O que eu fiz que ela não gostou?”. Complementou: “Para a Maria do Rosário ou para qualquer outro deputado de qualquer outro partido: eu pago seu salário. Então, eu decido se você cala ou não a boca. Nunca o contrário.”.
As declarações do desembargador talvez merecessem algumas piadas, pois ele disse que “o vídeo veiculado é de natureza misógina, representando agressão despropositada a uma parlamentar e às instituições, materializando-se virtualmente em crime que, se for o caso, deverá ser apurado em instância própria”.
“Materialização virtual em crime”? Pura palhaçada.
Ele também resolveu arriscar como critico de arte ao dizer que o vídeo não é “notícia, nem opinião, nem crítica, nem humor, mas apenas agressão absolutamente grosseira marcada por prepotência e comportamento chulo e inconsequente”.
Digno de vergonha alheia.
Salvo a extrema-esquerda tenha uma estratégia muito bem planejada – o que não é o caso aqui -, esse tipo de iniciativa só deve gerar capital político para Gentili. É fato que o vídeo já viralizou o suficiente e foi salvo por muita gente. Quer dizer, a censura não pode esconder o vídeo. Desistam, figuras.
Em contrapartida, a censura aumenta a reputação do vídeo e o status político da atitude de Gentili. Antes, Maria do Rosário era apenas uma deputada zoada. Agora, é uma deputada zoada e que por causa disto perdeu as estribeiras.
A tendência é que Gentili ganhe a ação, o que pode impor dois rótulos negativos sobre Maria do Rosário: a deputada que, além de ser zoada em um vídeo campeão de audiência, perdeu a esportiva e tentou calar a piada.
Normalmente processos deste tipo causam dano à parte processada, mas neste caso a visibilidade foi tanta que a comunista tende a se dar mal em todos os aspectos.
Para Gentili, a atitude de Maria do Rosário o posiciona como um símbolo da luta pela liberdade de expressão no Brasil, em certos aspectos similar ao que ocorre com Milo Yiannopoulos nos Estados Unidos. E olhe que Gentili tem mais visibilidade que Milo.
Gentili tem tudo para ficar animado com a precipitação de Maria do Rosario. E aqueles que lutam pela liberdade também.

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