terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Em rede social, internauta faz um desabafo sobre o caso de estupro de Imperatriz


Era uma festinha de classe média, onde a nata jovem e antenada se reunia pra beber uma cerveja diferenciada, usar umas paradas loucas, sabe como é, né? Se divertir entre os iguais, com suas vidinhas medianas. O jovem Aguinaldo, universitário de tenro 23 anos estava lá se divertindo. Talvez os medianos amigos não soubessem, mas o Aguinaldo queria se divertir mais.

Ele queria caçar, mas ele prefere chamar isso de sexo “consensual”.
Nas primeiras horas da manhã de domingo (29/01), ele provavelmente ofereceu carona pra levar uma moça – Uma vagabunda destituída de qualquer querer, vida e vontades – pensara. Quem sabe, na cabeça do pobre jovem Aguinaldo, qualquer mulher é uma vagabunda em potencial, quiçá menos a mamãe – Mãe é coisa de deus. Depois de fazer sua lambança cruel enquanto a moça estava desacordada por esganadura, pra não falar CRIME HEDIONDO de estupro, Aguinaldo foi pra casa se esconder – Aguinaldo sabia que fez malcriação. Ele ficou trancado em casa enquanto a polícia batia à porta.
Os pais que criaram Aguinaldo com amor, mingau e whey protein não conseguem ver o filho como é, o amor tem disso, ele bloqueia o julgamento. Na cabeça deles, ele é apenas um rapaz mediano que trabalha, estuda e tem família evangélica que estupra moças nos finais de semana – pra não atrapalhar os estudos. Os franceses têm uma frase pra quem se acha santo: "L’habit ne fait pas Le moine" – o hábito (roupa) não faz o monge. E de Santo, Aguinaldo você não tem nada. Até o perfil de uma escola técnica da cidade (que dizem as boas línguas que são de seus papais) se manifestou em defesa do rapaz, pobre Júnior que posta foto no espelho no Facebook, tão inocente. Me comoveu a parte que “as mulheres de Imperatriz precisam se dar mais ao valor, ficam em festas se drogando e enchendo a cara a ponto de não saber o que aconteceu e depois aparece mãe e pai e filha e a sociedade acusando um rapaz (...)”, ótimo argumento – Mesmo o laudo sendo extremamente contundente ao afirmar que ouve conjunção carnal forçada.
E a moça, Aguinaldo? Ela também foi criada com amor, ela deu os primeiros passinhos, caiu os primeiros dentinhos, ela também estudou, ela teve inúmeros episódios felizes, ela tem família (evangélica ou não) e amigos que a amam assim como seus pais te amam. Ela é um ser humano, Júnior. Mas você estuprou, colocou suas mãozinhas nojentas naquele corpo muito mais frágil que o seu e esganou-a. E olhando sua foto entrando na delegacia com aquela carinha de assutado e com medo de ter as entranhas invadidas a força por algum criminoso que pasmem senhoras e senhores, não teria coragem de estuprar uma mulher como Aguinaldo tem – me deixa enjoado.
Os franceses também têm uma frase pra quem recebe o que merece: Qui sème le vent récolte la tempête (Tradução literal: Quem semeia vento colhe tempestade) – E O Aguinaldo Saiu! Segundo o alvará de soltura, ele não oferece riscos a sociedade e de maneira legal, pôde sair pela porta da frente, mesmo depois de ferir uma pessoa fisicamente e psicologicamente porque é réu primário, tem um trabalho lícito e residência fixa. Aguinaldo, você ainda não recebeu o que merece, mas pra tanta injustiça, infelizmente os franceses não tem uma frase.
Essa justiça de merda que temos aqui merece uma salva de palmasssss


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